quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Samba da Ingratidão


Não, eu não te quero mal
Mas como diz o velho bordão
Ingratidão mata a afeição
O que você fez foi desleal

Embora isso já não mais me doa
A lembrança ainda magoa
E eu insisto em lembrar

Agora, entre tantos, distraída
Não é paixão reprimida
Mas eu insisto em falar

Se hoje o que és
É mérito da minha mão
Por que pagar com ingratidão
A quem não fez por merecer?

Vai, tua vida vai viver
Vai te espalhar n'outras pessoas
Só não esqueça as coisas boas
Que um dia eu fiz por você.

Eduardo Filho
02/02/2012

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Quando eu me for


Ainda aqui, preso por mim mesmo
Penso: como será quando eu me for?
Receberei um abraço de despedida
Ou levarei as lágrimas de um perdedor?

Quando eu me for, não por minha vontade
Levarei comigo felicidade e tristeza
A tristeza de ter visto tanta beleza
Que não se faz presente na minha saudade

Mas também levarei um sorriso
Porque existe grande diferença
Entre perder e se livrar
E uma paixão que não compensa
Só faz o coração sangrar

E talvez no momento da partida
Tu me olhes com olhos de arrependida
E eu te direi, sufocando o peito de dor:
- Assim como o sol deixa de brilhar ao se pôr
Não deixe para sentir minha falta
Depois que eu me for.

Eduardo Filho
31/01/2012